Mesmo residindo em regiões mais pobres do Brasil, crianças atendidas pela Pastoral da Criança têm menor déficit de altura e peso, mas apresentam obesidade infantil, apontam pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. A constatação reflete os novos desafios à alimentação adequada que surgiram na sociedade como um todo, especialmente nas classes mais vulneráveis, e foi obtida por meio da comparação de dados da entidade de 4 mil municípios brasileiros com informações do Sistema de Vigilância Alimentar Nutricional (Sisvan), vinculado ao Ministério da Saúde, que monitora todo o Brasil. Os dados são referentes aos anos de 2013 a 2021 e dizem respeito aos primeiros mil dias de vida da criança, período que vai desde a fecundação até o segundo ano (270 dias da gestação + 730 dos dois anos subsequentes).
A entidade social é ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e atua em situações de pobreza por meio de ações de saúde, nutrição, educação e cidadania. Está vinculada à hierarquia da Igreja Católica, tanto nacional quanto internacionalmente.
Em 1983, quando foi fundada pela médica pediatra sanitarista Zilda Arns, a taxa de mortalidade infantil brasileira era de 83 óbitos a cada mil bebês nascidos vivos. Um ano depois do início das ações, o número diminuiu para 28 mortes para cada mil crianças nascidas vivas.
Na época, quando a desnutrição, a fome e a desidratação eram os principais fatores de óbito infantil, ficou famosa a receita de soro caseiro, à base de água potável, sal e açúcar, utilizado contra a desidratação. Hoje, o índice de mortalidade infantil está em torno de 11,2, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).