A Lei de Cotas garante 50% das vagas em instituições públicas de ensino superior para estudantes de escolas públicas, entre esses, os de baixa renda, pretos, pardos, indígenas e com deficiência. A principal missão da lei era democratizar o acesso ao ensino superior, uma vez que a educação desigual deixava os estudantes da rede pública em desvantagem em relação aos alunos da rede particular no vestibular.
A luta pelo direito à universidade por meio de políticas públicas de ação afirmativa começou diante de um cenário comum a quase todos os estudantes da rede pública na virada do século 21. “Eles terminavam o ensino médio e tinham duas alternativas: pagar universidades particulares ou enfrentar os vestibulares tradicionais. Mas havia um grande problema na educação pública brasileira. Mesmo enfrentando os vestibulares, eles não conseguiam entrar nas universidades públicas”, diz Custódio.
Essa desvantagem era comprovada através das fotografias dominadas por rostos brancos e dos números dos aprovados. Segundo o pesquisador, 90% dos alunos tinham o mesmo perfil social – eram brancos e egressos de escolas da rede privada. Diante desse quadro, estudantes, movimentos sociais e cursinhos periféricos levaram a demanda pelas políticas de ação afirmativa às universidades, mas encontraram as portas fechadas.