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estão todos interligados! – Jornal da USP

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Por Paulo Feldmann, professor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP

Neste mês de dezembro foram divulgadas algumas estatísticas e informações que devem deixar todos os brasileiros apreensivos. É muito preocupante o aprendizado do jovem brasileiro, cresceu demais o número de moradores de rua e mais de 30% da população é considerada pobre. Estamos em uma roda viva que explica estes dados – e todos eles estão todos interligados.

Começando pela questão educacional: no último dia 5, a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou o resultado de seu exame chamado Pisa, que consiste de uma avaliação internacional trianual da educação básica feita com jovens adolescentes entre 15 e 16 anos de idade de mais de 80 países. Ao todo 70 mil jovens foram avaliados, e os brasileiros se saíram muito mal. Claro que isto não é novidade, mas chama a atenção o fato do nosso país não conseguir sair da situação ruim há mais de três décadas. E são inúmeros os exemplos de países que nestes últimos 30 anos partiram de uma situação péssima como a do Brasil e avançaram para hoje ocuparem as primeiras colocações. Vietnã e China são apenas dois exemplos, mas há muito outros.

Não vamos aqui explorar as causas de termos um sistema educacional tão sofrível, mas sim suas consequências, que repercutem diretamente no nível da nossa mão de obra. Ora, o mercado de trabalho precisa cada vez mais de jovens com boa formação, assim como a própria universidade. Não apenas as empresas não encontram os profissionais de que necessitam para serem mais produtivas, como boa parte dos jovens brasileiros não vão encontrar bons empregos que os façam prosperar em sua vida profissional e pessoal. Não é preciso dizer que a qualidade da educação dos jovens é a razão do sucesso da totalidade dos países avançados.

Como não consegue bons empregos, e muitas vezes não consegue entrar na universidade, o jovem brasileiro não progride nem ajuda as empresas e o País a prosperar. Essa é uma das razões principais para termos 68 milhões de pessoas pobres no Brasil, conforme o IBGE divulgou no dia 6 de dezembro. Já imaginaram se esse enorme contingente, mais de 30% da população brasileira, deixasse de ser pobre e se transformasse em classe média consumidora? Resolver essa situação foi o cerne do “milagre chinês”. Imagine quantos novos empregos não precisariam ser gerados para atender à massa adicional de consumidores caso a renda dos pobres melhorasse? Na verdade, assim como o baixo nível educacional, a desigualdade e o enorme contingente de pobres e miseráveis são outras mazelas brasileiras que não se resolvem há décadas. Entra governo, sai governo, e a situação só piora.

As estatísticas e dados acima são muito ruins, mas talvez o mais trágico seja o dado divulgado no último dia 11: o número de moradores de rua cresceu dez vezes em dez anos, e hoje atinge 227 mil brasileiros. Há muitas razões para alguém decidir morar na rua, mas certamente a pobreza, a falta de emprego e o precário nível educacional estão entre as principais causas.

Há algo de muito errado em um país que apresenta estes números e os repete por tantos anos. Está na hora de o Brasil rever completamente as formas que adota para resolver suas questões sociais e educacionais. Claro que os temas humanitários são importantes, mas para fazer o País crescer, gerar emprego decente para todos e passar a ser uma nação respeitada precisamos dar prioridade a estas questões.

A principal conclusão é que os métodos usados para combater todas as questões acima, nas últimas décadas, não foram eficazes. Alguém está pensando nisso?

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(As opiniões expressas pelos articulistas do Jornal da USP são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem opiniões do veículo nem posições institucionais da Universidade de São Paulo. Acesse aqui nossos parâmetros editoriais para artigos de opinião.)





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